
Sobre Samil
Samil, terra de montes e memórias
Samil repousa no sopé da serra da Nogueira, como quem se deita para escutar o tempo passar. A 7 quilómetros de Bragança, é uma freguesia feita de pedra antiga, de caminhos rurais, de histórias contadas ao serão e de nomes gravados em granito.
Aqui, a terra tem nome de família: Samil, dizem, poderá vir de Samo, nome de homem visigodo, ou talvez de um “Samoel” esquecido pelos séculos. Entre as oliveiras e os carvalhos, as pessoas chamam-lhe casa — desde tempos que escapam à memória.
O povo cresce entre regatos e encostas. Ao fundo, o ribeiro do Baceiro murmura canções aos rebanhos, e nos campos ainda se lavra a terra como os antigos ensinaram. Em tempos idos, Samil foi mais que aldeia: foi honra, foi concelho, foi ponto de passagem e pouso de senhores e monges. Pelos livros antigos, sabemos que teve juiz, pelourinho e até cadeia. As terras foram de nobres e de ordens religiosas — da de Malta, por exemplo, que por aqui deixou vestígios e títulos.
Hoje, há quem diga que o tempo corre devagar por estas bandas. Talvez seja verdade. Mas quem caminha pelas suas ruas sente que em cada pedra há um segredo, em cada varanda um sorriso, e em cada esquina um pedaço de história.